quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

350 anos do Livro de Oração Comum - LOC



Tabela Cronológica (Provisória) do LOC
Ven. Arc. Rev. Carlos Alberto (*)



Durante todo ano de 2012 a Comunhão Anglicana estará promovendo celebrações referentes aos 350 anos da edição do Livro de Oração Comum (1662-2012), e, inspirado no lema diocesano para o ano: “2012: Ano da Liturgia (350 anos do Livro de Oração Comum – LOC): – Conceitos eternos, Palavras históricas, Relevância atual” (Êxodo 35.20-21), desejei, em meu coração, estabelecer uma linha histórica que pudesse nos ajudar em pesquisas sobre o LOC. Tem nome “provisório”, pois entendo que esta tabela poderá ser melhorada, num trabalho ‘em equipe’. Ela consta de datas importantes das edições dos LOCs e eventos paralelos que considerei significativos.



O caminho geográfico seguido foi: Inglaterra – a vinda do LOC para os Estados Unidos –  e a vinda do LOC para o Brasil, através dos Estados Unidos: 


1085 O Missal de Uso do Rito de Sarum.

1534 Ato de Supremacia de Henrique VIII.

1536 Os Dez Artigos de Religião.

1539 Os Seis Artigos de Religião.

1540 A "Grande Bíblia", "versão autorizada" por Henrique VIII, elaborada por Myles Covardale.

1543 Comitê de Convocação para revisar os livros de serviços religiosos.

1543 “A Necessária Doutrina e Erudição Para Qualquer Homem Cristão", publicado.

1544 Primeira Litania em Inglês preparada por Cranmer e determinada para uso nas igrejas.

1545 A Cartilha de Henrique VIII.

1547 31 de janeiro. Ascensão do Rei Eduardo VI.

1548 08 de março. Ordem Inglesa da Comunhão adicionado à missa em latim.

1549 21 de janeiro. O Livro de Oração Comum: Primeiro Livro de Eduardo VI, adotado.

1550 Preparo e publicação do Ordinal Inglês.

1552 15 de abril. O Livro de Oração Comum: segundo livro de Eduardo VI com aprovação real.

1552 Os Quarenta e Dois Artigos de Religião de Eduardo VI.

1558 17 de novembro. Sobe ao trono a Rainha Elizabeth I.

1558 Ato de Supremacia da Rainha Elizabeth I.

1559 Os Onze Artigos de Religião.

1559 28 de abril. O Livro de Oração Comum recebe aprovação real de Elizabeth I.

1562 Os Trinta e Nove Artigos de Religião.

1603 07 de maio. Ascensão de James I.

1604 A Conferência de Hampton Court (Petição dos Mil: 1000 ministros puritanos pedem mudanças litúrgicas ao Rei).

1626 2 de fevereiro de. Ascensão de Charles I.

1637 O O Livro de Ordem Comum Escocês (após unir as duas coroas: Inglesa e Escocesa).

1644 O Diretório para o Culto Público de Deus (Diretório de Westminster) substitui o LOC elizabetano.

1649 30 de janeiro de. Decaptação de Charles I.

1660 Ascensão de Charles II.

1660 O uso do Livro de Oração Comum é restaurado.

1662 19 de maio. Ato da Uniformidade para o atual LOC Inglês.

1666 Ato da Uniformidade Irlandês.

1685 06 de fevereiro. Morte de Charles II.

1685 23 de abril. Ascensão de James II.

1688 Revolução Gloriosa, deposição de James II e ascensão de William III (Guilherme de Orange) e Mary II.

1701 16 de setembro. Morte de James II.

1786 O "Livro Proposta" (LOC) da Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos da América.

1789 A primeira das oito edições normativas do LOC conforme o uso da Igreja Episcopal Protestante dos EUA.

1810 Assinatura do Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal/Brasil e a Inglaterra.

1819 Construção da Primeira Capela Anglicana do Brasil (Cidade do Rio de Janeiro).

1822 26 de maio. Inauração da Christ Curch (Capela Anglicana – Rio de Janeiro).

1823 Estabelecimento da Holy Trinity Church (Capela Anglicana – Recife).

1861 Tradução para o português do Livro de Oração Comum (USA) por Richard Holden.

1893 Igreja Protestante Episcopal no Sul dos Estados Unidos do Brasil.

1928 Proposta, não aprovada (pelo Parlamento), de alteração do LOC Inglês.

1928 Novo LOC da Protestant Episcopal Church in USA.

1930 Primeiro LOC brasileiro (trabalho sob a supervisão do Bispo Thomas).

1950 Última edição do LOC brasileiro de 1930, com revisão ortográfica.

1983 Sínodo Geral da Igreja Episcopal do Brasil aprova o LOC.

2008 Edição do Livro de Oração Comum Brasileiro, Igreja Anglicana-Diocese do Recife.





* Rev. Carlos Alberto Chaves Fernandes, ofa, é Presbítero da Diocese do Recife; Pároco da Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade, em Copacabana, Rio de Janeiro; Venerável Arcediago Sul-Sudeste; Frei da Ordem Franciscana Anglicana (OFA).



 


domingo, 25 de dezembro de 2011

Minha mensagem de Natal!  

Rev. Carlos Alberto Chaves Fernandes*



Queridos irmãos,
Queridas irmãs,


Paz e Bem.


Gosto da festividade do Natal. Não gosto de quem sob pretexto de ser “espiritual”, critica a festa natalina. Gosto da festa do Natal e gosto do espírito do Natal. Gosto das luzes, dos presentes, das deliciosas comidas. Gosto de ver as pessoas pensando em solidariedade, nas crianças pobres, na mesa das famílias pobres. Nunca pensam nisso durante o ano todo e, quando chega o Natal, ao menos pensam… mas sempre tem um estraga-prazer dizendo que não devemos esquecer a mensagem do Natal: o nascimento de Jesus Cristo. Como se festejar, alegar-se, partilhar, lembrar da dor de uma pessoa, não esquecer as crianças pobres, fosse alguma coisa contrária a tudo o que ensinou Jesus Cristo.

Na verdade a história do primeiro Natal, a tal do nascimento de Jesus, é uma mistura de tristeza e ternura. A cena é triste porque eles foram rejeitados e não havia lugar para eles. É triste porque um jovem esposo vê chegar a hora derradeira de sua esposa adolescente e nada pode fazer senão invadir um estábulo. É triste o desamparo daquele homem e de sua pobre esposa. É triste porque o abandono e o desamparo sempre hão de causar comoção e tristeza. A jovem Mãe nada tem: rasga trapos e envolve seu rebento. O pobre Pai improvisa um berço com o coxo do estábulo.

Entretanto, é terna porque lá está, apesar de tudo, a sagrada família reunida: José, Maria e o Menino. É terna porque lá está a solidariedade manifesta pelos primeiros visitantes: os pastores do campo. É terna porque lá estão pessoas dando presentes a um Menino que nasceu no estábulo e seu berço era um coxo. É terna porque o canto dos Santos Anjos toma a solidão da noite, embelezando com arte a pobre cena do presépio. É terna por causa da luz da Estrela Guia, iluminando as trevas da noite com a beleza de seu brilho. 

Fico pensando na cena terna e triste, e entendo que os pastores, os magos, os bichos do estábulo são os que dizem a verdadeira mensagem natalina. O Natal deve ser sim de solidariedade, deve ser sim um dia de para lembrar dos pobres, das crianças, de embelezar as cenas triste da vida com cânticos, com arte, com luzes, com uma visita amiga, com presentes.

Eu gosto do Natal. Gosto do espírito do Natal. Gosto da festa do Natal, pois eu amo de todo o coração, de toda a alma, com todas as forças e de todo o meu entendimento o Menino que nasceu. Eu entendi a sua mensagem quando nasceu e viveu aquela cena terna e triste do primeiro Natal, na solidariedade, em família, sendo o Grande Presente de Deus ao mundo.


Feliz Natal a todos!
________________________________________________________________
* Rev. Carlos Alberto Chaves Fernandes, ofa, é Presbítero da Diocese do Recife; Pároco da Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade, em Copacabana, Rio de Janeiro; Venerável Arcediago Sul-Sudeste; Frei da Ordem Franciscana Anglicana (OFA).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


Febre anglicana entre os jovens nos EUA


Durante décadas, os jovens têm ido a igrejas “amigáveis” (seeker-friendly) que tinham cultos culturalmente relevantes e um ambiente casual. Agora, uma nova denominação que enfatiza tradição,  sacramentos e práticas antigas está atraindo muitos jovens.

A Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA) começou oficialmente em 2009 com centenas de congregações que terminaram os laços com a Igreja Episcopal dos USA. Em Albany Park, Chicago, um grupo de universitários e graduados começaram uma nova igreja da ACNA. Os cultos acontecem nas tardes de domingo, em um prédio (alugado) da igreja que é perto de vários campus universitários.

Nova Denominação, o Culto Antigo

Enquanto os membros da congregação se vestem casualmente, o culto tem um estilo mais formal e litúrgico. Os alunos que conversaram com a CBN News, disseram que é isso exatamente o que eles gostam. “Eu amo a ênfase na Escritura. Adoro que lemos quatro textos bíblicos todos os domingos, assim realmente recebemos a Bíblia a cada domingo”, disse Andie Roeder, que estuda no Moody Bible Institute. “E eu amo o jeito que ele é interativo, tem uma chamada e uma resposta, e você ora constantemente,” disse ela. O diácono, Mike Niebauer, que supervisiona tanto a congregação de Albany Park, como outra na Northwestern University em Evanston, disse que a liturgia constrói comunidade e ajuda os alunos que muitas vezes desejam estar conectados. “Eu acho que muitas pessoas, especialmente jovens, se sentem como se eles não estivessem conectados em lugar nenhum, não enraizados em nenhuma coisa, principalmente as pessoas que mudam de lugar,” disse. “Então, a idéia de que a igreja tem raízes e sua adoração tem ao redor de 2.000 anos, acho que uma coisa que atrai muito a eles,” disse Niebauer.

Febre Anglicana

Arcebispo Robert Duncan apelidou o movimento como “Febre Anglicana” em um discurso no Congresso Lausanne no ano passado. CBN News falou com líderes Anglicanos que estão testemunhando nas comunidades universitárias surgidas da Flórida a Massachusetts e além. Uma possível razão para o crescimento é a autenticidade. Muitas congregações na nova denominação entregaram os edifícios e propriedades, a fim de romper com a Igreja Episcopal e sua teologia cada vez mais liberal. Um dos piores casos ocorreu em Binghamton, NY, onde a Igreja Episcopal expulsou a congregação Bom Pastor e, em seguida, vendeu sua propriedade para uma mesquita. Reitor Matt Kennedy descobriu o novo proprietário, enquanto ele estava dirigindo pela propriedade e viu um guindaste derrubar o campanário. “Foi muito triste”, disse ele. “Porque é um lugar onde o evangelho tinha sido pregado geração após geração.” “As pessoas têm vindo a conhecer Jesus Cristo, as pessoas foram trazidas das trevas para a luz e, agora, ele foi vendido a um grupo que promove a escuridão”, acrescentou Kennedy.

Uma abordagem diferente

Enquanto a luta pelas propriedades é ainda uma realidade para muitas congregações, a liderança de ACNA não quer se concentrar no drama do Forum. Em vez disso, o grupo tem uma visão ambiciosa de plantar 2,000 novas igrejas com o objetivo de dobrar de tamanho em cinco anos. A estratégia envolve uma combinação de tradição anglicana com modelos de plantação de igreja moderna a partir de África. “Eles estão realmente seguindo algumas das igrejas anglicanas do sul global em como estão plantando igrejas usando uma liderança menos treinada”, explicou Lon Allison, especialista em evangelismo e Diretor do Centro de Billy Graham no Wheaton College. Isto é exatamente o que está acontecendo em Chicago. Rev. William Beasley tem supervisionado o plantio de 9 igrejas anglicanas em torno dos campus universitários. Ele disse que espera um crescimento continuado com os alunos. “Acho que estamos realmente apenas no começo”, disse ele. “Estamos no começo de alguma coisa que está destinada a crescer exponencialmente.”

O que atrai os jovens para a Igreja Anglicana é o que muitos não esperariam. São os sacramentos, a Santa Comunhão semanal e as orações tradicionais e o fato de que toda a congregação participa de leitura. “Eu gosto do fato de que é algo que os cristãos ao redor do mundo estão dizendo, e que vem dizendo há muito tempo”, disse Josh Melby, estudante de Wheaton College. “Eu cresci em uma igreja batista toda a minha vida”, diz Michelle Nelson. “Então, chegando a uma igreja anglicana, onde há liturgia e sacramentos a cada semana, eu aprecio a tradição.”

Avançando com Fé

Os estudantes também apreciam as conexões globais da igreja. A ACNA faz parte da Comunhão Anglicana e tem desfrutado de uma relação estreita com os Anglicanos Ortodoxos na África e América do Sul.

Outra área de crescimento para a nova denominação está na comunidade latina. CBN News visitou um culto de adoração em Franklin Park, Chicago. Os latinos apreciam o estilo de adoração Anglicana, sua reverência e sua comunidade. Tudo isto são sinais encorajadores para uma denominação jovem determinada a avançar o Evangelho e multiplicar a Igreja.
 
Fonte: CBN NEWS, 16 de dezembro de 2011.