domingo, 21 de novembro de 2010

Coroa do Advento*

Coroa do Advento
Rev. Maurício Amazonas, OSE**


 A Coroa do do Advento é um grande instrumento pedagógico e litúrgico que surgiu na Igreja Luterana da Alemanha, no século XIX. Inicialmente ela servia para que as crianças aprendessem a contagem dos dias que faltavam para a chegada da Noite de Natal. Cada vela do advento representa um domingo que antecede ao Natal. É preciso saber esperar.

Para lidar com a ansiedade da criança na contagem do tempo, a primeira vela da Coroa volta aos tempos antigos para lembrar as promessas de Deus feitas a Adão e Eva: da semente da mulher há de nascer aquele que esmagará a cabeça da serpente. A segunda vela procurava lembrar a promessa de Deus feita aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó: vocês serão uma bênção e eu lhes farei uma grande nação. A terceira vela representa a alegria do Rei Davi pela promessa de Deus dizendo que em seu trono jamais faltaria sucessor. A quarta vela existe para lembrar as promessas de Deus feitas aos Profetas de que nasceria o Salvador e Redentor do mundo.

Toda essa longa história de tempo e de acontecimentos do Antigo Testamento serviria de ensino para que a criança aprendesse a lidar pacientemente com a experiência do tempo. Se Adão e Eva, Abraão, Isaque e Jacó Davi e os Profetas viveram (e até morreram) na esperança de ver o nascimento do Menino Jesus, assim devemos nós esperar pela vinda de Nosso Senhor!

Por isso a Coroa do Advento tem a forma circular. É para significar a eternidade, sem começo e sem fim. Dentro da Coroa, estão os ramos verdes para simbolizar nossa esperança na vinda do Senhor. As velas roxas são para simbolizar nossa espera contida, em espírito de humildade e quebrantado pela chegada de Jesus. A vela rósea representa a alegria da esperança de Davi. Mas a última vela, a quinta, é branca para significar a festa pelo nascimento de Jesus. Por isso, durante o Natal a Igreja se veste de branco. É que a espera acabou. O Menino Jesus já nasceu e todas as promessas foram cumpridas nEle.

Texto extraído do livro Pregações do Jardim, Rev. Maurício Amazonas e convidados
**Rev. Maurício Amazonas, ose é Presbítero na Diocese do Recife; Vigário Geral Diocesano, Pároco da Paróquia Anglicana Jardim das Oliveiras, no Arcediagado Sul, em Recife-PE.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Advento: tempo de renovar as esperanças!

No período do advento a igreja cristã dá início a um novo ciclo do ano cristão ou litúrgico. Nessa estação inicia-se, também, uma contagem regressiva. São quatro semanas que irão alimentar a expectativa do povo de Deus para chegada do Natal. São, também, quatro domingos que irão dar um ritmo diferente as nossas esperanças; é o tempo de preparação de nossos corações, de nossas casas e de nossas igrejas para a rememoração e comemoração do advento – chegada ou vinda - de Nosso Senhor Jesus Cristo, que têm como clímax e marco histórico fundamental, o Natal, a encarnação do Verbo eterno de Deus! O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.


O origem do termo
A palavra advento tem origem latina, Adventus Redemptoris, que significa “a chegada [ou vinda] do redentor”. É um termo um tanto quanto estranho para boa parte dos protestantes brasileiros. Não nos soa “evangelicalmente” familiar. Mesmo em algumas das principais igrejas protestantes de confissão calvinista no Brasil [ ao contrário do que ocorre com muitas igrejas irmãs nos EUA e na Europa], há um desconhecimento generalizado do termo, de suas origens e significado. A proposta do Projeto Litourgos é a de, entre outras, democratizar ou popularizar o acesso à informação, ao aprendizado da inestimável riqueza da liturgia cristã, da sua terminologia, seus símbolos e sua mística, analisadas tanto pelo seu aspecto teológico como prático. Por isso, caros leitores, não se assustem com algum termo, ou conceito, ou imagem que porventura não vos pareçam comum ou familiar. Nós buscaremos, aqui, nesse espaço, explorar, experimentar e conhecer, juntos, as bases daquilo que, segundo João Calvino, juntamente com doutrina, a disciplina e os sacramentos, é um dos vários aspectos sobre os quais se fundamenta a segurança da Igreja, a saber, “as cerimônias pelas quais se pode exercitar as pessoas em ofícios de piedade” (Respuesta al Cardenal Sadoleto, Fundación Editorial de Literatura Reformada).